O ser humano anseia conhecer o universo, outros mundos e civilizações, imaginar o futuro, desvendar o passado, mas pouco sabe sobre si mesmo. Permanece adormecido para o fato de que não há nenhum problema no mundo além dos criados pela própria mente.
O livro "Autoconhecimento - terra sem caminho", de Clemice Petter, é um convite ao despertar de quem ousa iniciar ou aprofundar os passos na jornada que conduz à liberdade.
Estar livre da ilusão da separação, da fantasia de fórmulas prontas e caminhos pavimentados que sirvam para todas as pessoas, da tentação de desenvolver poderes psíquicos, enfim, libertar-se da ignorância que está na raiz de todos os problemas.
A autora, após anos de imersão na Índia, perpassa pelas obras de Blavatsky, cofundadora da Sociedade Teosófica, Annie Besant e Jiddu Krishnamurti, considerado um Instrutor do Mundo. Entrega ao leitor algo precioso e ao mesmo tempo desconfortável: que a verdade não transige para caber em nossas esperanças e expectativas.
Antes que alguém possa realizar a Verdade, todas as esperanças e expectativas precisam ser abandonadas. O primeiro passo? O mais próximo, perceber o que realmente somos.
CLEMICE PETTER
Depois de residir por vários anos na sede da Sociedade Teosófica (ST) e estar à frente da editora da ST em Adyar, na Índia, mudou-se para Tiruvannamalai, de onde dedica-se a ministrar workshops sob a luz dos ensinamentos de Jiddu Krishnamurti e Ramana Maharshi. Mas sua trajetória existencial começou em Roque Gonzales/RS, como descendente de alemães, e em 1980 mudou-se para Brasília, onde se casou e teve um filho.
Para a autora, não existe nada mais importante do que a busca pelo autoconhecimento. Desde muito cedo se sentiu atraída por filosofia, psicologia e religião. Teve a vida cercada por misticismo e na infância costumava ver, falar e transitar em diferentes mundos, não sabendo diferenciar pessoas em corpos reais de pessoas que somente ela via.
Costumava perguntar à sua mãe sobre tais fenômenos, sempre sendo advertida de que não deveria falar sobre esses assuntos com outras pessoas, pois elas não entenderiam e pensariam se tratar de delírio. Aprendeu a silenciar sobre o que via, mas durante a adolescência tais fenômenos tomaram proporções difíceis de se ignorar. Começou a ler sobre o assunto e não parou mais. Sentiu a urgência em encontrar algo que não saberia dizer o que era.
Em 2008, quando leu pela primeira vez um livro de J. Krishnamurti, sentiu ter encontrado o que procurava. A partir daí, entregou-se de corpo e alma aos seus ensinamentos, e alguns anos depois passou a morar em Chennai, na Índia, onde se aprofundou nos ensinamentos de J. Krishnamurti, Ramana Maharshi e Narayana Guru.
Recentemente aceitou o convite da Escola Sholai, fundada por Brian Jenkins em 1987. Brian, após trabalhar diretamente com Krishnamurti por 14 anos, mudou-se para a Índia e fundou a Sholai School em Kodaikannal, uma área de montanhas e elefantes. A cooperação da autora com a escola visa explorar a visão de Krishnamurti para a educação de crianças e adultos.
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