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Diversidade que não contempla a família tradicional não pode ser chamada como tal

Por Lívia Borges


Tempos estranhos e confusos vivemos. Queremos o melhor para os nossos filhos e nem sabemos exatamente por onde começar e aonde essa estrada vai nos levar. A começar, filhos não chegam com manual. O jeito é aprender na medida em que eles crescem.

O mundo em que fomos criados não existe para os nossos filhos. É apenas uma memória nossa, reproduzindo padrões, conflitos e tentando preservar valores.

O conceito de família é dinâmico. Nada mais justo, tendo em vista os diferentes tipos de família que surgiram com as mudanças culturais da pós-modernidade. O respeito precisa ser ensinado para todos, como um princípio fundamental a nortear as relações.


Hoje, tornou-se comum ensinar o respeito a isto ou aquilo, como algo específico, quando deveria ser abrangente. Curiosamente, o respeito deixa de existir quando se refere ao modelo tradicional de família, como se a família tradicional não fosse parte da diversidade humana em sua forma de se relacionar, viver e se reproduzir.


A diversidade é a própria vida, não precisamos forçá-la. Melhor seria aceitá-la e aprender com ela. Isso nos fortalece como humanidade. Novos horizontes e competências surgem deste convívio e, naturalmente, muitos desafios.


Mas na prática, o discurso da diversidade nem sempre tem se mostrado tão inclusivo assim, quando prima pela seletividade da qual um modelo específico fica de fora. Aliás, é rechaçado. Isso não parece estranho?


O enfraquecimento da família deixa o indivíduo vulnerável e a sociedade fragmentada. A quem interessa esse enfraquecimento? Os diversos tipos de família podem coexistir, pelo mesmo princípio utilizado nos discursos, o respeito.


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Lívia Borges é mãe, psicóloga e mestre em ciência política.

Imagem: Andreas Wohlfahrt por Pixabay.

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